Povo sofrido e sem destino
Que na seca abandona sua terra
E em seu caminho a esperança enterra
Mas não desiste de tentar
E reza pedindo pra chuva voltar
Desvalido é favelado
Povo sofrido e cansado
De chorar a despedida
Daqueles que morreram de bala perdida
Mas não cansam de esperar
Um dia essa guerra civil acabar
Desvalido é paulista carente
Que sofre o drama da enchente
Mas não desiste da luta
E segue na árdua labuta
Espera ansioso a estiagem
Para voltar pra casa trazendo esperança na bagagem
Desvalido é poeta brasileiro
Que falido e sem dinheiro
Tenta fazer poesia
E com dificuldade e alegria
Realiza um grande trabalho
Mesmo sem ter a sombra de um frondoso carvalho.
Maria Vilma Leão