19.12.08
Vida afora
quando eu for embora
e demorar a voltar
você ainda vai se lembrar de mim?
nos dias que se passarem
em que os preconceitos forem deixados
para trás
em que as noites se esvaziem dos
copos
em que os tragos se tornem
esperanças
e o assunto começar a se esfarelar
você ainda vai se lembrar de você?
e mesmo assim perambulo
pela noite afora
no mundo afora
com a promessa de um dia voltar
e quando esse dia chegar
você ainda vai se lembrar de nós?
e demorar a voltar
você ainda vai se lembrar de mim?
nos dias que se passarem
em que os preconceitos forem deixados
para trás
em que as noites se esvaziem dos
copos
em que os tragos se tornem
esperanças
e o assunto começar a se esfarelar
você ainda vai se lembrar de você?
e mesmo assim perambulo
pela noite afora
no mundo afora
com a promessa de um dia voltar
e quando esse dia chegar
você ainda vai se lembrar de nós?
Visões
vejo colinas
vejo fronteiras
vejo espaços inéditos
em branco
vejo muralhas
vejo penhascos
vejo casas de pedra
sem telhado
vejo pirâmides
vejo silêncios
vejo o tempo passar
apressado
vejo mudanças
vejo sentenças
vejo coisas a serem feitas
antes do tempo
vejo crianças
vejo parentes
vejo pessoas
cruzando as ruas a esmo
vejo papéis
vejo promessas
vejo latência
vejo carência
mas não vejo respaldo
mas não vejo nada
vejo fronteiras
vejo espaços inéditos
em branco
vejo muralhas
vejo penhascos
vejo casas de pedra
sem telhado
vejo pirâmides
vejo silêncios
vejo o tempo passar
apressado
vejo mudanças
vejo sentenças
vejo coisas a serem feitas
antes do tempo
vejo crianças
vejo parentes
vejo pessoas
cruzando as ruas a esmo
vejo papéis
vejo promessas
vejo latência
vejo carência
mas não vejo respaldo
mas não vejo nada
10.12.08
Carta ao amigo Thiago Lanier
é quando o vento encontra a poeira
que o homem se levanta da sombra
pra ver, no horizonte distante
seu destino: felicidade
e é quando vemos no espelho
a barba crescida, o olho fundo
sabendo-nos homens e não meninos
percebemos que o tempo passou
fica, então, a lembrança
de quase 10 anos
que o homem se levanta da sombra
pra ver, no horizonte distante
seu destino: felicidade
e é quando vemos no espelho
a barba crescida, o olho fundo
sabendo-nos homens e não meninos
percebemos que o tempo passou
fica, então, a lembrança
de quase 10 anos
9.12.08
Pra valer
A gente não sabe o que vem pela frente
Vivemos bons momentos
Hoje
E amanhã chegará com lágrimas nos olhos
De felicidade
De se ver em um novo dia
E poder contar com novas dificuldades
O nosso sonho vai tornar-se verdade
O nosso riso vai ecoar no horizonte
E poderemos ter a certeza
De que nada foi em vão
Pra que chorar então?
Agora é pra valer!
why
leave me a letter
before you leave
i miss you so bad
my heart can´t be free
if you don´t
leave me a letter
you took me up so high
and down low
and still i don´t know
why
you left
so soon
so quick
so hard
before you leave
i miss you so bad
my heart can´t be free
if you don´t
leave me a letter
you took me up so high
and down low
and still i don´t know
why
you left
so soon
so quick
so hard
Reflexos
Sou um leão corporativo
misturo meus dias com doses
homeopáticas
de silício, concreto e freon
sou urbano
e a pressão que me domina
é forte e tentadora
bom, a endorfina também
a vida se tornou um incêndio apaziguado
e no espelho repito pra mim mesmo
não há razão para desespero
não há razão para desespero
nos bares de sempre
nas garrafas de sempre
o tempo se afoga lentamente
perco sentidos e noções
e volto pra casa
falsamente satisfeito
a velha falsa sensação de satisfação
e o velho sentimento de controle
da situação
e digo para o espelho
seu fígado não é de borracha
seu fígado não é de borracha
meus olhos são profundos
quase inexistentes
talvez sejam infinitos
e eu nem perceba
só consigo enxergar a tristeza
dentro deles
sempre marejados
calejados
fustigados pela fumaça urbana
e pela bizarra intolerância humana
e converso baixinho com o espelho
preciso mudar o mundo
preciso mudar o mundo
os dias passam nublados
e tenho sempre a sensação de nunca chegar a lugar algum
percorro asfaltos e calçadas
becos e vielas
atrás de respostas que sei que não vou encontrar
pelo menos não onde procuro
e em casa, após o ralo jantar
enfrento o espelho que nunca me responde
a rua é uma amargura
a rua é uma amargura
são ilusões atrás de ilusões
quebram-se as caras
as coroas e as mazelas
os padrões e os preconceitos
jazem milhares de primaveras
nessa atmosfera inerte e imprecisa
o tempo pára
e resta o espelho, que me olha de soslaio
enquanto vejo minha face refletida
com a barba já grossa, por fazer
e os olhos fundos da noite insone
misturo meus dias com doses
homeopáticas
de silício, concreto e freon
sou urbano
e a pressão que me domina
é forte e tentadora
bom, a endorfina também
a vida se tornou um incêndio apaziguado
e no espelho repito pra mim mesmo
não há razão para desespero
não há razão para desespero
nos bares de sempre
nas garrafas de sempre
o tempo se afoga lentamente
perco sentidos e noções
e volto pra casa
falsamente satisfeito
a velha falsa sensação de satisfação
e o velho sentimento de controle
da situação
e digo para o espelho
seu fígado não é de borracha
seu fígado não é de borracha
meus olhos são profundos
quase inexistentes
talvez sejam infinitos
e eu nem perceba
só consigo enxergar a tristeza
dentro deles
sempre marejados
calejados
fustigados pela fumaça urbana
e pela bizarra intolerância humana
e converso baixinho com o espelho
preciso mudar o mundo
preciso mudar o mundo
os dias passam nublados
e tenho sempre a sensação de nunca chegar a lugar algum
percorro asfaltos e calçadas
becos e vielas
atrás de respostas que sei que não vou encontrar
pelo menos não onde procuro
e em casa, após o ralo jantar
enfrento o espelho que nunca me responde
a rua é uma amargura
a rua é uma amargura
são ilusões atrás de ilusões
quebram-se as caras
as coroas e as mazelas
os padrões e os preconceitos
jazem milhares de primaveras
nessa atmosfera inerte e imprecisa
o tempo pára
e resta o espelho, que me olha de soslaio
enquanto vejo minha face refletida
com a barba já grossa, por fazer
e os olhos fundos da noite insone
2.12.08
Apimente-se
mil cores na minha frente
mil cores
de todos os sabores
queimando
meu paladar
capricórnios
unicórnios
vejo flores no luar
qual o sabor do meu som?
qual o gosto do seu som?
mil cores nas paredes
todos os sabores
nas janelas
perdi a direção
onde paramos
onde estamos
de onde
seremos
gira o sol
gira em torno
girassol
na tua vida
e queima
o paladar
mil cores
de todos os sabores
queimando
meu paladar
capricórnios
unicórnios
vejo flores no luar
qual o sabor do meu som?
qual o gosto do seu som?
mil cores nas paredes
todos os sabores
nas janelas
perdi a direção
onde paramos
onde estamos
de onde
seremos
gira o sol
gira em torno
girassol
na tua vida
e queima
o paladar
Saia
Saia de perto de mim
Quero-te menos agora
Desejo de ti
distâncias
muitas
e saudades
poucas
Saia de dentro de mim
De onde já residiu
e não resistiu
Seu lugar não é mais
cativo
seu prazo expirou
bem como o amor
e o amor não pode ser
postergado
Saio do seu caminho
de beira sem eira
de boba maneira
sem negativas e
sem posteridade
Perco-me agora em
mil destinos
Mas
descobri que já estava
perdido
Encontro-me
na busca verdadeira
do amor
Quero-te menos agora
Desejo de ti
distâncias
muitas
e saudades
poucas
Saia de dentro de mim
De onde já residiu
e não resistiu
Seu lugar não é mais
cativo
seu prazo expirou
bem como o amor
e o amor não pode ser
postergado
Saio do seu caminho
de beira sem eira
de boba maneira
sem negativas e
sem posteridade
Perco-me agora em
mil destinos
Mas
descobri que já estava
perdido
Encontro-me
na busca verdadeira
do amor
28.11.08
Sem alarmes e sem surpresas
passam por minha cabeça
infinitas possibilidades
meus sonhos se esvaem
e se desfazem em sonhos
meu pensamento voa alto
passam por meu corpo
inúmeros calores
meus medos se perdem
em medos
minhas crenças evaporadas
meus cabelos esbranquiçados
meu espírito mambembe
meu eu de todo dia
minha alma cativante
sofro calado, entretanto
infinitas possibilidades
meus sonhos se esvaem
e se desfazem em sonhos
meu pensamento voa alto
passam por meu corpo
inúmeros calores
meus medos se perdem
em medos
minhas crenças evaporadas
meus cabelos esbranquiçados
meu espírito mambembe
meu eu de todo dia
minha alma cativante
sofro calado, entretanto
27.11.08
Alô, marciano!
Na esquina da vida alheia
na bala perdida sem direção
no sintoma da tortura chinesa
no refrão desta canção
no sentimento do inconformismo
no limiar de um tufão
na contramão da simplicidade
no infinito da desunião
cá estou
algemado a mim mesmo
nas costas graves de toda eternidade
na vazia e tenaz existência terrena
na bala perdida sem direção
no sintoma da tortura chinesa
no refrão desta canção
no sentimento do inconformismo
no limiar de um tufão
na contramão da simplicidade
no infinito da desunião
cá estou
algemado a mim mesmo
nas costas graves de toda eternidade
na vazia e tenaz existência terrena
24.11.08
Girl from Saturn
girl from saturn
you´re not from earth
neither you want it
girl from saturn
you´re easy, easy-living
your drugs
and your cheap jazz
girl from saturn
your fake intimacy
with the booze
your yellow smile
so smartlessly
girl from saturn
changes the day for the night
right for wwrong
like you change your clothes
lost
you are
but you don´t know
girl from saturn
little girl
lost
you are
but you don´t know
girl from saturn
in this planet there are no rings
for you
By humberto aka humbias
17.3.08
Verbete
SAUDADE: 1. falta que faz amar; 2. sentimento cruel de caráter permanente, ataca com freqüência o coração dos incautos, a alma dos poetas e o espírito dos que vivem sem medo de ser feliz; 3. dor sem cura, na maioria das vezes sem remédio também.
17.1.08
Preto Velho (Uma ode contra o racismo)
Aquele preto
Tão preto
Com aquela barba branca
Tão preta
E aquele olhar tão meigo
De quem espera ganhar
um sorriso incolor
Secos e Molhados
Tão preto
Com aquela barba branca
Tão preta
E aquele olhar tão meigo
De quem espera ganhar
um sorriso incolor
Secos e Molhados
19.12.07
Poema de três acordes
Quando nasci, um anjo punk
desses que custam a aparecer
disse: vai, betim! ser desvalido na vida
o dia nasceu nublado
e de repente choveu
o trânsito parou
em transe
com as gotas caindo
e o dia se vai
nas horas de muito pensar
quero pensar em nada
divagar sobre as efemeridades e frivolidades e discrepâncias da vida
e a vida se vai
quanto palavreado ao léu....
levemente inspirado em POEMA DE SETE FACES, do C.D.A.
desses que custam a aparecer
disse: vai, betim! ser desvalido na vida
o dia nasceu nublado
e de repente choveu
o trânsito parou
em transe
com as gotas caindo
e o dia se vai
nas horas de muito pensar
quero pensar em nada
divagar sobre as efemeridades e frivolidades e discrepâncias da vida
e a vida se vai
quanto palavreado ao léu....
levemente inspirado em POEMA DE SETE FACES, do C.D.A.
10.12.07
Perda
quando se deixa
para trás
algo
alguém
algum lugar
perde-se muito
perda inevitável
não se retrai
nem se regenera
só há de ser
conformável
a perda, porém
é imperdoável
para trás
algo
alguém
algum lugar
perde-se muito
perda inevitável
não se retrai
nem se regenera
só há de ser
conformável
a perda, porém
é imperdoável
Saudade por enquanto
saudade
se torna saudade
quando a lembrança
perde a realidade
ou quando a lembrança
vira saudade
saudade
só é saudade
quando a ausência
vira verdade
ou quando a verdade
não é mais tão verdade
saudade
qual saudade?
saudade
saudade de quem?
saudade
deixa de ser saudade
quando não tem mais
porquê
ou quando a distância
supera a distância
e deixa de ser saudade
vira presença
constante
e deixa de ser saudade
saudade
é saudade
quando se perde o que
se tinha como certo
o que era exato e imutável
saudade sempre deixa saudade
saudade
por enquanto
por Humberto aka humbias
se torna saudade
quando a lembrança
perde a realidade
ou quando a lembrança
vira saudade
saudade
só é saudade
quando a ausência
vira verdade
ou quando a verdade
não é mais tão verdade
saudade
qual saudade?
saudade
saudade de quem?
saudade
deixa de ser saudade
quando não tem mais
porquê
ou quando a distância
supera a distância
e deixa de ser saudade
vira presença
constante
e deixa de ser saudade
saudade
é saudade
quando se perde o que
se tinha como certo
o que era exato e imutável
saudade sempre deixa saudade
saudade
por enquanto
por Humberto aka humbias
3.10.06
Aquele disco de jazz
me deixaste
levou meu melhor aperto de mão
meu mais sincero olhar de apaixonado
não me deixou nada
levou meu cavaquinho
meu pandeiro e o agogô
as fotos das férias em Santana do Agreste
meu telefone de disco
meu pijama de cetim
minha camisa autografada do Pete Sampras
não me deixou nem um beijo
nem um esquema de despedida
nem um te-vejo-por-aí
levou meu copo de chopp
levou tudo
deixaste algo?
duvido
pode levar o que quiser
você fez parte de minha vida
e agora partiu
sua nova vida
desfazendo o que era meu
levaste a caixa de bagulhos
a coleção de garfos de foundue
leve tudo
mas aquele disco de jazz é meu
levou meu melhor aperto de mão
meu mais sincero olhar de apaixonado
não me deixou nada
levou meu cavaquinho
meu pandeiro e o agogô
as fotos das férias em Santana do Agreste
meu telefone de disco
meu pijama de cetim
minha camisa autografada do Pete Sampras
não me deixou nem um beijo
nem um esquema de despedida
nem um te-vejo-por-aí
levou meu copo de chopp
levou tudo
deixaste algo?
duvido
pode levar o que quiser
você fez parte de minha vida
e agora partiu
sua nova vida
desfazendo o que era meu
levaste a caixa de bagulhos
a coleção de garfos de foundue
leve tudo
mas aquele disco de jazz é meu
27.9.06
RECORTES
nestes instantes
e tantos outros
a língua é falo
e o verbo é vulva
etéro diálogo
eterno diálogo
sem palavras, sem fim
palavras que se encaixam
se resumem, se atraem
se acabam em si só
num ato contínuo
com todos os sentidos
palavras vãs, soltas,
extaticas, turbilhão
de desejos, tensão
tesão, suor, prazeres
enquanto isso
as ondas do mar
revolvem ao redor
do entrelace global de corpos
nas línguas
nada se diz
além do amor
porque o amor
é corpo a corpo
simultaneidade de
atos, sentidos,
plenitude
Escrito em parceira
Roberto Luiz/Humberto aka humbias
26.09.06
e tantos outros
a língua é falo
e o verbo é vulva
etéro diálogo
eterno diálogo
sem palavras, sem fim
palavras que se encaixam
se resumem, se atraem
se acabam em si só
num ato contínuo
com todos os sentidos
palavras vãs, soltas,
extaticas, turbilhão
de desejos, tensão
tesão, suor, prazeres
enquanto isso
as ondas do mar
revolvem ao redor
do entrelace global de corpos
nas línguas
nada se diz
além do amor
porque o amor
é corpo a corpo
simultaneidade de
atos, sentidos,
plenitude
Escrito em parceira
Roberto Luiz/Humberto aka humbias
26.09.06
24.8.06
sempre ali
é fácil me achar
nas esquinas
nos butecos
nos palcos de improviso
nos autos dessa vida bandida
num copo de puro malte
- 12 anos e pouco gelo, por favor!
na alça de um fogão de lenha
ou na frutífera colheita de manga madura
na espera de uma carona
(pra onde? não sei)
na lida de uma viola
ou num batuque de um samba assim
sem interesse
na vigília de uma aquarela perdida
ou nos versos de uma poesia ainda não escrita
nos braços de uma certa morena
na cadeira do fundo de um certo cinema
numa talagada de aguardente, dose pequena
na calçada, sentando, sem problema
estou eu
nas esquinas
nos butecos
nos palcos de improviso
nos autos dessa vida bandida
num copo de puro malte
- 12 anos e pouco gelo, por favor!
na alça de um fogão de lenha
ou na frutífera colheita de manga madura
na espera de uma carona
(pra onde? não sei)
na lida de uma viola
ou num batuque de um samba assim
sem interesse
na vigília de uma aquarela perdida
ou nos versos de uma poesia ainda não escrita
nos braços de uma certa morena
na cadeira do fundo de um certo cinema
numa talagada de aguardente, dose pequena
na calçada, sentando, sem problema
estou eu
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