19.12.09

Poema da despedida precoce

e se você se for sem saber do meu abraço
o eterno e fraterno laço
do carinho, da ternura
do sentimento que mareja meus olhos e preenche meu sorriso?
sem saber que pouca coisa permacerá
restará talvez um pedido, uma súplica, um incessante "por favor, fique"?
sem saber da importância, refletida na minha verborragia, da sua presença interessante?
sem saber da constante e ininterrupta incidência da sua figura
no meu pensamento, no meu dia a dia?
sem saber que um dia eu fui triste mas que deixei de lado a tristeza
abri mão do se perfazer poético, da complacência de meu fardo inegável
pra ser feliz, ao seu lado?

e se você se for um dia sem saber que a minha alegria
não era estampada na poesia e que meu olhar apenas refletia o que eu sentia?
sem saber que nessa minha alegria eu era poeta e não sabia?
sem saber que o outono acabou, o verão já passou mas o amor continua de pé?
sem saber que a saudade é enorme, potente algoz, inacabável
que me ataca por dentro, invadindo e dominando, de certo modo, o meu completo ser?

se você se for sem saber do meu discurso de paixão definida
da magnífica física do amor, do complexo e completo querer?
sem saber que é verdade?
sem saber que é uma vontade louca
de ter o seu sorriso agora, largo e despretensioso
amável e fervoroso, junto ao meu?

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