Quando vamos aprender
Desta louca rotina
A verdade maligna
O presente consistente
A identidade putrefata
A mente inconseqüente
E os perigos e mistérios
De sermos apenas humanos
De sermos ainda normais
Intransitivos
A divina perfeição
Encurtada pela vida
Clara e límpida, audível
Sonora no auto-falante
Quando vamos aprender
Do itinerário que não está nos mapas
Do arrependimento e do medo
Da estrutura falida
Da magia corrompida
Do instinto sombrio
Inerte
Se fossemos apenas humanos
Seria mais fácil
Quando vamos aprender
A lidar com o tempo
A evitar a incerteza do futuro
Do sangramento incendiário
Da perda irredutível
O cristal que não se quebra
O silêncio que refresca
A morte que não agrada
Nos tomates atirados
No pano que cerra
Vamos aprender
Vamos sim, um dia, aprender
A sermos humanos
A sermos mais nós
Do que os outros
Assim será fácil
Aprender
E sobreviver
.
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