14.1.10

O não-soneto da saudade

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E ela vai
Caminhando em meus pensamentos
Percorre meu momento
Louco e compenetrado
De lembrança focada

Lá vai ela
Naquela esquina e todas mais
Naquele rosto e todos mais
Em seu perfume
Sem nome
E pra que nome?

Lá vai ela
Morena, singela
Encantadoramente bela
Passeando nessa outrora
Invadindo o que não é meu
Perturbando meu ócio
Meu instante de criação
E ela vai
Tragada pelo tempo
Na medida do que é
Da estreita e ligeira distância

Vai, menina moça
E apareça sempre que quiser



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